
O Cream "Cheesehead"
Lucas Paiva expõe sua invençao para o jogo do Brasil: o chapéu de cabeça de queijo Philadelphia, como uma provocação saudável ao Green Bay Paclers. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Lucas Paiva, de 32 anos, é educador físico, instrutor de natação e mora em São Paulo. Casado e pai de um menino de três anos, Lucas se considera uma "pessoa comum". Ele é corintiano apaixonado e um grande fã de esportes, com sua admiração pelo futebol americano surgindo no final dos anos 2000.
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No ensino médio, Lucas assistiu ao Super Bowl XLII transmitido pelo Bandsports, no qual o New York Giants derrotou o até então invicto New England Patriots na temporada de 2007. O jogo ficou marcado por uma recepção icônica do wide receiver David Tyree, em um passe de Eli Manning, chamada de "Helmet Catch" (recepção do capacete). Após essa jogada histórica, os Giants conseguiram marcar um touchdown e conquistaram seu terceiro título na era do Super Bowl.
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Lucas se interessou e, com o filme Invencível, começou a se identificar com o futebol americano e com o Philadelphia Eagles. O longa narra a história real de Vince Papale, um torcedor comum que enfrentou tempos difíceis: perdeu o emprego de professor substituto e foi abandonado pela esposa. Trabalhando como barman, sua paixão era jogar futebol com os amigos e torcer pelo Eagles. Quando o novo técnico do time, Dick Vermeil (interpretado por Greg Kinnear), anuncia uma “peneira” para o time, Vince se inscreve e acaba sendo escolhido, tornando-se o novato mais velho da NFL a entrar em um time, aos 30 anos.
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As referências do filme Rocky Balboa também conquistaram Lucas. Em Rocky II, há a icônica cena em que o personagem interpretado por Sylvester Stallone corre pelas ruas de Filadélfia, enquanto crianças se juntam a ele, subindo juntos os degraus da escadaria do Museu de Arte da cidade, ao som de "Gonna Fly Now".
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O fato dos Eagles não ser um time vitorioso na época, foi um dos fatores para o então estudante do ensino médio escolher a franquia, pois não queria torcer para um time vencedor ali na época, como se estivesse seguindo uma “modinha”. No período, o time era um time até que competitivo que passou de temporadas que foi até para a final da conferência nacional em 2008, ou ficou pelo caminho no Wild Card como em 2009 e 2010 ou nem chegou a pegar Playoffs, como em 2014 e 2016. Mas mesmo nas piores temporadas, nunca foi um time de campanha muito negativa, do time ser horrível de assistir os jogos.
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Lucas coloca o ponto alto de sua experiência como torcedor do Philadelphia Eagles, o título do Super Bowl LII, após a lesão de Carson Wentz e a ascensão de Nick Foles. “Eu sou corintiano e em 2012, o Corinthians foi campeão da Libertadores pela primeira vez. Dada às devidas proporções, mas eu e mais alguns amigos comemoramos tanto quanto. Foi uma festa com carreata, buzinando até tarde.”, contou Lucas, que também eternizou a jogada do Philly Special na pele, com uma tatuagem no braço direito.
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No time atual, Lucas vê com bons olhos a liderança de Jalen Hurts e o futuro da franquia nas mãos dele, o jovem quarterback que foi selecionado em 2020, vindo da Universidade de Oklahoma. Foi com Hurts no comando que os Eagles chegaram até o Super Bowl LVII, ficando no caminho para o Kansas City Chiefs de Patrick Mahomes na temporada de 2022. No entanto, Hurts fez uma ótima partida e Lucas não o vê como um vilão da derrota.
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Como é tradição em jogos de Super Bowl, Lucas costuma ir a um pub em São Paulo para assistir às partidas, um hábito que mantém há anos, muitas vezes com a companhia da esposa, Larissa, que torce para o New England Patriots. De 2017 para cá, Lucas notou um aumento considerável de pessoas assistindo à NFL no pub, mas o ambiente mantém um clima de respeito e união, mesmo com a diversidade de torcidas.​
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Depois de ter feito uma “força-tarefa” para garantir os ingressos, Lucas e Larissa conseguiram comprar dois lugares para o jogo entre Eagles e Packers na NeoQuímica Arena, meses antes da partida. Lucas, no entanto, já tinha um plano para brincar com os torcedores rivais. Sabendo que os fãs dos Packers são conhecidos como "cabeças de queijo" ("cheeseheads"), e que usam chapéus de queijo amarelo triangular com furos, Lucas decidiu inovar.
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Inspirado por provocações semelhantes nos Estados Unidos, ele elaborou um chapéu feito de papelão e papel alumínio, em um formato triangular semelhante ao dos Packers e que levava o nome da marca “Philadelphia” impresso e colado, como em uma embalagem. Na manhã do dia do jogo, ele montou o acessório, embora com alguma incerteza sobre a recepção: “Se alguém ficar bravo, é só papelão, eu jogo fora”, pensou.
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Porém, já no metrô a caminho do estádio, Lucas começou a receber reações positivas de outros fãs da NFL. Ao chegar no shopping próximo ao estádio, as reações continuaram a surpreendê-lo.
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Nos arredores do estádio e dentro dele, o chapéu de Lucas já chamava a atenção dos torcedores norte-americanos que vieram assistir ao jogo. Graças ao acessório inusitado, um torcedor americano presenteou Lucas com colares nas cores do Eagles — branco, verde e preto, já que a equipe havia escolhido o uniforme preto para essa partida, em vez do tradicional verde. Uma situação divertida aconteceu quando ele e a esposa foram comprar pipoca no intervalo do jogo.​
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Lucas entrou mais cedo no estádio para tentar acompanhar de perto o aquecimento dos Eagles, antes de se dirigir ao seu assento em uma altura intermediária para assistir ao jogo. E a iniciativa valeu a pena: o quarterback reserva dos Eagles, Tanner McKee, que fala português e estava acompanhado de sua família e pediu para tirarem uma foto juntos.
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O "cabeça de queijo Philadelphia" viralizou tanto que, no mesmo dia, o rosto de Lucas apareceu no perfil oficial da NFL Brasil no Instagram. No dia seguinte, a invenção foi compartilhada também nos perfis oficiais do Philadelphia Eagles no Instagram e no X (antigo Twitter), o que causou grande surpresa.
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Dias depois, Lucas foi procurado por um jornalista do The Inquirer para uma entrevista ao jornal da Filadélfia. Ele também recebeu um convite para participar do ESPN League, programa dos Canais ESPN que comenta sobre esportes americanos.
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Companheira nos momentos de NFL, seja cuidando do filho ou assistindo junto, Larissa também é fã do esporte. O casal se reencontrou anos depois de terem se conhecido na infância. Cada um seguiu seu caminho, mas foi graças ao futebol americano que voltaram a se falar antes de iniciar o relacionamento. “Um dia, nas redes sociais, ela postou uma foto do troféu do Super Bowl, então perguntei se ela também gostava de futebol americano. Ela disse que sim e que acompanhava os Patriots. Aí eu brinquei: ‘Tanto time bom para torcer, e você vai torcer logo para os Patriots?’”
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E se tem jogo do Corinthians e dos Eagles no domingo, como faz?​
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Lucas mostra sua tatuagem do desenho da jogada do Philly Special, na vitória do Super Bowl LII. (Foto: Acervo pessoal)
O QB reserva dos Eagles, Tanner McKee, pediu para tirar uma foto com Lucas, devido ao chapéu inovador. (Foto: Acervo pessoal)
Lucas e a esposa Larissa assistem jogo da NFL juntos em Pub, cada um com a jersey de seu time. (Foto: Acervo pessoal)
Lucas deu para Henrique um body do Philadelphia Eagles antes mesmo do garoto nascer. (Foto: Acervo pessoal)

Hora de usar o body. Fly Eagles Fly. (Foto: Acervo pessoal)

Henrique exibe todo o seu estilo e amor pelo Philadelphia Eagles, agora com uma jersey comprada pelo pai. (Foto: Acervo pessoal)