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Pedro Tosi, de 34 anos, é formado em Engenharia Eletrônica e trabalha com logística. Nascido no interior de São Paulo, vive atualmente em Vinhedo. Desde pequeno, sempre esteve envolvido com esportes, tendo praticado futebol, natação e tênis. Além disso, é apaixonado por viajar e conhecer novos lugares. Hoje, Pedro continua ativo, mantendo-se em forma e exercitando-se regularmente.

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Aos 14 anos, Pedro já tinha ouvido falar de futebol americano, mas ainda não se interessava pelo esporte. Quando sua família se mudou para o México, em 2004, ele acabou descobrindo o futebol americano de uma forma curiosa. Na época, sem dominar o espanhol e com pouco contato com a cultura local, Pedro, seu irmão e seu pai começaram a assistir ao esporte por um motivo diferente. "Era o que estava passando na TV que não dependia do idioma. Ou assistíamos novela mexicana, algum programa em espanhol, ou um esporte. Então eu, meu pai e meu irmão começamos a ver futebol americano", contou Pedro.

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A partir daí, eles começaram a decifrar o futebol americano, que inicialmente parecia não fazer sentido. Após seis meses assistindo ao esporte na TV e tendo contato com a modalidade na escola, os irmãos começaram a entender melhor as regras. No meio de 2004, a família Tosi viajou para os Estados Unidos e comprou o jogo de videogame ESPN NFL 2K5. Com o jogo, cada um escolheu um time: Pedro se identificou com o Philadelphia Eagles, enquanto seu irmão, João, escolheu os Rams — na época, St. Louis Rams, hoje Los Angeles Rams.

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Coincidentemente, ao fim da temporada de 2004, o Philadelphia Eagles chegou ao Super Bowl XXXIX, quando enfrentou o New England Patriots de Tom Brady. Pedro, que já era fã dos Eagles, teve a chance de vê-los na decisão. Na época, ele ficou animado com a partida, embora um pouco decepcionado com a derrota no final. Mesmo sem lembrar de todos os detalhes, a empolgação do jogo foi mais que suficiente para que ele continuasse acompanhando o futebol americano.

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Com o passar dos anos, Pedro continuou acompanhando o futebol americano, embora de forma mais casual. Em 2008, já na faculdade, ele e João encontraram um time de flag football. Foram mais de dez anos jogando, até que migraram para o futebol americano "full pad", com equipamentos completos e contato físico liberado.

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Pedro jogou como running back e até como tight end, mas passou a maior parte do tempo como quarterback. Ele afirma que esse período como QB o ensinou muito sobre resiliência. Inicialmente reserva, Pedro enfrentou o desafio de conquistar a titularidade e, em duas finais de campeonato, entrou como titular, levando o time à vitória em ambas. “Foram duas grandes lições de perseverança e resiliência. Se fosse para me comparar com alguém, eu diria que me sinto um pouco como o Nick Foles”, brincou Pedro, referindo-se ao quarterback dos Eagles que assumiu o time na fase decisiva após ser reserva e liderou a equipe até o título na temporada de 2017.

 

 

 

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A experiência como QB ensinou Pedro a trabalhar em equipe, valorizando o jogo coletivo e incentivando o time todo a apoiá-lo. Hoje, como gestor na área de logística, ele lida com pessoas diariamente, e essa vivência no esporte contribuiu para aprimorar suas habilidades interpessoais.

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Até a temporada de 2017, foram vários anos em que os Eagles estavam ora competitivos, ora longe da pós-temporada. Pedro lembra que, naquela época, era mais difícil ter acesso a todos os jogos do time, mas sempre que podia, assistia ou acompanhava os placares. Aos poucos, o futebol americano foi ganhando espaço em sua vida, até superar o futebol da bola redonda.

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Desde 2015, Pedro organiza anualmente uma liga de Fantasy NFL com os amigos, onde todos interagem e competem rodada a rodada. Esse mesmo grupo se reúne para assistir ao Super Bowl todos os anos, independente de quais times estejam jogando. Foi com esses amigos que Pedro assistiu à vitória dos Eagles sobre o New England Patriots, uma espécie de revanche pelo primeiro Super Bowl que acompanhou. “Foi sensacional. Parecia até surreal. ‘Não é possível que, no final, a gente realmente vai ganhar’”, contou o engenheiro.

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Em 2022, Pedro enfrentou um adversário diferente: um tumor, que o levou a passar por sessões de quimioterapia. Durante o tratamento, o Philadelphia Eagles viveu uma excelente temporada, com 14 vitórias e apenas três derrotas. Quando as sessões de quimioterapia estavam chegando ao fim, veio o Super Bowl LVII, entre os Eagles e o Kansas City Chiefs. Pedro chegou a imaginar que seu tratamento teria um final perfeito com o título dos Eagles, mas o troféu ficou com os Chiefs. Ainda assim, o apoio do time durante esse período foi muito importante para ele. Assistir aos jogos dos Eagles trouxe energia e motivação em um momento de fragilidade.

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Durante sua luta contra o tumor, Pedro recebeu uma toalhinha dos Eagles com o lema da torcida, "Fly Eagles." Ele prometeu que, ao final do tratamento, levaria a toalha para um jogo dos Eagles. Um ano depois, ele e sua esposa, Gabriela, realizaram esse sonho ao visitar o estádio Lincoln Financial Field. Mesmo em uma fase ruim do time no período, Pedro teve a sorte de ver os Eagles vencerem o New York Giants na rodada de Natal.

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O casal nem imaginava que o próximo jogo dos Eagles que assistiriam seria apenas alguns meses depois, e em São Paulo. Assim que saiu a notícia da partida, Pedro já começou a planejar a compra dos ingressos. Tentou na pré-venda, mas não conseguiu. Na venda geral, mobilizou amigos, e seu irmão conseguiu quatro ingressos, para que Pedro, a esposa e os pais pudessem assistir ao jogo na NeoQuímica Arena, na noite de 6 de setembro.

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“Eu nunca iria imaginar que na parede de um estádio do Brasil teria o logo dos Eagles. Dentro do metrô, tinha foto do Jalen Hurts. Eu pensava ‘isso aqui não é verdade’”, comentou Pedro. Ele disse que este dia fez lembrar do começo, quando o futebol americano não tinha popularidade no Brasil.

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Para o engenheiro mecatrônico, ser torcedor dos Eagles significa estar com o time nos melhores e nos piores momentos, acompanhando todos os jogos. Ele admite ser intenso ao assistir, seja em vitórias ou derrotas, e se define como aquele tipo de torcedor que “fica ali, ‘enchendo o saco’ durante toda a partida."​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​

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