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A conexão da NFL com o fã da música pop

Todos os anos, o Super Bowl é, para muitos brasileiros, o primeiro contato com o futebol americano. A grande final costuma receber ampla divulgação, sendo discutida nas redes sociais e unindo amigos para acompanhar o jogo. E, claro, muitos assistem ao evento para conferir o show grandioso de uma estrela da música internacional no intervalo.

Logo após o show, começa a especulação sobre quem será o próximo artista a se apresentar. Jornalistas apuram e fazem previsões sobre as possíveis atrações do ano seguinte. Curiosamente, o artista que se apresenta normalmente cobre seus próprios custos para estar nos holofotes por 15 minutos. A única exceção? O primeiro a se apresentar, o Rei do Pop.

A grande final, realizada desde 1967, antes contava com bandas marciais universitárias para o intervalo. No entanto, notou-se que a audiência caía durante o show, e canais que não transmitiam o jogo conseguiam atrair espectadores por alguns minutos. Para evitar essa perda de público, surgiu a ideia de trazer grandes artistas para o “Halftime Show”.

No Super Bowl XXVII, em 1993, a liga convidou Michael Jackson. Na primeira abordagem, ele perguntou qual seria o cachê. A NFL manteve sua política de não pagar aos artistas, o que levou Michael a recusar. Porém, após negociações, a liga ofereceu uma doação à Heal The World Foundation, uma instituição criada por Jackson para ajudar crianças carentes e educá-las sobre drogas e álcool.

A apresentação de Michael Jackson no Rose Bowl se tornou o mais aclamado show do intervalo. Com um setlist que incluiu "Jam," "Billie Jean," "Black or White," "We Are The World," e "Heal the World," sua performance transformou a inovação em tradição até os dias atuais.

Grandes estrelas fizeram shows memoráveis no intervalo do Super Bowl ao longo dos anos, como Diana Ross, Paul McCartney, os Rolling Stones, Prince, U2 e Bruce Springsteen, com uma alternância entre artistas americanos e europeus, especialmente dos gêneros rock e pop.

Com o tempo, o pop ganhou destaque, enquanto o rock começava a viver uma fase em que suas maiores bandas envelheciam. Eduardo Zolin comenta que havia uma época em que brincavam que o show do Super Bowl precisava de balão de oxigênio ao lado do palco, devido à escolha de artistas veteranos, próximos da aposentadoria. Com o objetivo de atrair um público mais jovem, a NFL passou a escalar astros populares da música pop para o show do intervalo, e essa estratégia ajudou a elevar a audiência do evento ano após ano, inclusive no Brasil.

Abaixo, estão as últimas 13 edições de shows do intervalo do Super Bowl:

 

 

 

 

 

 

 

 

No Super Bowl LI, Lady Gaga foi a grande estrela do intervalo. Naquele momento, o placar mostrava 21 a 3 para o Atlanta Falcons, e o show pode ter sido o último momento assistido por muitos naquela noite do dia 5 de fevereiro de 2017, que acabaram não assistindo à virada dos Patriots. Ao fim do show, o narrador Everaldo Marques, da ESPN Brasil, usou seu famoso bordão para elogiar a cantora: “Palmas, Palmas, o Tocantins inteiro para você, Lady Gaga. Você é RIDÍCULA!”

O bordão, que é o maior elogio que um atleta poderia receber na voz de Everaldo Marques, causou confusão entre os fãs brasileiros da cantora, os “little monsters”, que interpretaram o comentário como uma crítica. Eduardo Zolin conta como foi para Everaldo Marques lidar com a avalanche de mensagens e reações inesperadas por parte dos fãs da artista.

Como mostrado na tabela anteriormente, o show de Lady Gaga, fez parte de uma sequência de apresentações com grandes artistas da música pop. Segundo Lucyen Costa, proprietário e administrador da página Interceptados, esse período foi importante para atrair muitos novos fãs ao esporte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em julho de 2023, Travis Kelce, tight end do Kansas City Chiefs, assistiu a um show de Taylor Swift no Arrowhead Stadium, casa dos Chiefs, e tentou passar seu número a ela em uma pulseira de amizade, mas sem sucesso. Ele compartilhou o episódio no podcast que co-apresenta com seu irmão, Jason Kelce, gerando especulações sobre um possível romance. Em setembro, a cantora compareceu ao jogo dos Chiefs contra o Chicago Bears, confirmando os rumores. Após sua presença, as vendas de camisas de Kelce subiram quase 400%, a demanda por ingressos para o jogo seguinte dobrou, e as pesquisas sobre os Chiefs triplicaram. As visitas à página de ingressos para jogos no Arrowhead Stadium aumentaram 126%.

Na semana seguinte, Taylor esteve no jogo entre Chiefs e New York Jets, que registrou um aumento de mais de 2 milhões de espectadoras femininas, segundo dados da empresa de marketing IDX.

 

Desde a primeira aparição em um jogo em setembro até 22 de janeiro de 2024, Taylor Swift gerou cerca de 331,5 milhões de dólares (aproximadamente R$ 1,64 bilhão) em valor para as marcas da NFL e do Kansas City Chiefs. Desde então, ela se tornou uma presença frequente nas arquibancadas (ou camarotes), assistindo a 12 dos 18 jogos dos Chiefs.

A temporada do Kansas City Chiefs, marcada pelo romance de Taylor Swift com Travis Kelce, não poderia ter um desfecho diferente. Kelce conquistou seu terceiro Super Bowl em cinco anos, sendo novamente decisivo no ataque liderado por Patrick Mahomes. Taylor, que tinha um show em Tóquio horas antes, conseguiu chegar a tempo em Las Vegas para assistir à grande final e apoiar o namorado, assim como fez ao longo de toda a campanha dos Chiefs.

 

 

 

 

 

 

 

Taylor Swift, conhecida por impactar positivamente na economia dos países que passa com os shows da “The Eras Tour”, também gerou um aumento na audiência e no consumo da NFL. Com a ajuda dela, a liga alcançou sua maior audiência feminina na temporada regular desde o início da coleta de dados em 2000.

O relacionamento entre Taylor Swift e Kelce atraiu os “Swifties” para frente da televisão. Nos Estados Unidos, o esporte que antes atraía apenas os pais agora aproxima também as filhas, que assistem para ver se Taylor aparece, aprendendo sobre o esporte por osmose. Para a NFL, essa renovação de público é fundamental e aconteceu tanto nos EUA quanto no Brasil, como diz Lucyen:

Danilo Lacalle, repórter da RedeTV! e criador de conteúdo, relatou que conversou com um fã de Taylor Swift que começou a assistir aos jogos da NFL devido às aparições da cantora. E ultimamente, o fã disse estar assistindo a jogos que nem envolviam os Chiefs. Danilo riu e comentou: "Primeiro você assiste para ver a Taylor. Depois, está acompanhando um Jets x Giants. É assim que começa."

Sequência de shows de artistas pop
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"Lady Gaga, você é RÍDICULA
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O efeito Taylor Swift 

Taylor Swift abraça Travis Kelce após ter sido campeão do Super Bowl LVII, realizado em Las Vegas, na temporada de 2023. (Foto: Mikayla Schmidt/Divulgação/Kansas City Chiefs)

'Swifties' brasileiros que hoje assistem NFL
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Travis Kelce, jogador dos Chiefs, e Taylor Swift aparecem dançando ao som de "Shake It Off" em um vídeo bem humorado produzido pelo perfil Interceptados. (Vídeo: Reprodução/Interceptados)

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